Saber dosar as atividades é o segredo da boa preparação psicológica.
Na receita de Rafael Santiago, o tempo é dividido entre várias rotinas.
Quem já passou por uma prova em que todos os conhecimentos aprendidos até aquele momento seriam avaliados sabe o que se passa na cabeça do recifense Rafael Santiago, 17 anos. A poucos dias de prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que mede o desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica, uma mistura de sensações toma conta do jovem: expectativa, ansiedade, tensão... Mas ele tira tudo de letra, com uma mistura equilibrada que, segundo especialistas, é uma boa receita para ter sucesso no Enem.
O estudo pode ser no computador, fazendo simulados on-line do Enem, na cama ou na rede da varanda. “Podem não ser os lugares ideais, mas conforto conta para mim. E minha família também respeita o meu horário, faz silêncio, além de não ficar cobrando empenho o tempo todo, sem aquela neurose”, explica.
Com o fim das leituras, entra em cena o Rafael músico. Ele herdou do avô e do tio diversos instrumentos de percussão e um violão, que está aprendendo a tocar. Por enquanto, ainda lê mais sobre as bandas favoritas e ouve discos e CDs do que executa acordes de canções que admira. “Quase todo dia pratico alguma coisa. É como uma terapia, ajuda a relaxar”, conta o jovem.
Rafael Santiago se divide entre estudo, diversão e malhação, sem tirar o olho do Enem (Foto: Vanessa Bahé/G1)
Medida certa
Para a psicóloga Irinéa Catarino, Rafael está no caminho certo. “É difícil encontrar um adolescente que consiga disciplinar os estudos e o lazer sem ser consumido pelo estresse que o vestibular gera. É fundamental saber dividir o tempo de maneira saudável”, pontua. A especialista chama atenção para o leque de opções que o próprio estudante colocou à disposição dele. “Ele mescla várias atividades e também não se isola da convivência social, o que poderia até levá-lo à depressão”, explica. O interessante é que, mesmo sem Rafael perceber, a música e a malhação acabam ajudando nos estudos. Uma das reclamações dele é sobre as longas questões do Enem e o pouco tempo disponível para respondê-las. “Como a prova é cansativa e requer raciocínio lógico, interpretativo, sem ‘decorebas’, Rafael pode tirar proveito das atividades não automatizadas que ele pratica. Isto é, para tocar o violão, por exemplo, ele precisa de concentração e esforço cognitivo, mas faz isso com o pensamento livre, com muita serenidade e tranquilidade. O mesmo pode acontecer na hora de responder as questões”, exemplifica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário